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Necessário, sem dúvida alguma, fazermos aqui, antes de analisarmos os modelos econômicos clássicos, uma referência mesmo que superficial, (a qual deverá ser mais bem aprofundada, em trabalho futuro), sobre o que a história das doutrinas econômicas fazem referência do chamado "socialismo espiritualista ou utópico", onde várias características e experiências feitas, na França e Inglaterra nos fins do século XVIII e ao último terço do século XIX.
Três correntes principais poderiam ser distinguidas: a corrente associanista, a industrialista e a corrente de trocas.
Sem dúvida a que mais poderia de algum modo apresentar uma certa semelhança com as idéias hoje desenvolvidas na Economia de Comunhao, é aquela feita por Robert Owen, que alias, também nao era entao nenhuma novidade, pois anteriormente já nos séculos XVI e XVII, exprimiram Thomas Morus e Harrington e Godwin de maneira mais cientifica no século XVIII.
0 espetacular crescimento da economia do início do século XVIII gcrou profundas mudanças que podiam ser observadas na vida de qualquer pessoa simples da populaçao. Era possívcl observar com segurança que havia uma melhoria nos padrões médios de vida das pessoas. Até entao o crescimento na produçao global nao tinha precedentes na história humana chegando na Inglaterra a um crescimento na ordem de um por cento ao ano. Este processo de crescimento fascinou os primeiros pensadores clássicos que procuravam compreender este espetacular crescimento. Pensadores como Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx procuravam analisar o processo de crescimento econômico à medida que a industrializaçao avançava e o comércio entre as nações prosperava. Para entender melhor o funcionamento da economia estes pensadores introduziram o conceito de modelos teóricos ou seja, versões abstratas e as vezes simplificadas do funcionamento da realidade econômica. Embora estas análises estivessem profundamente enraizadas na realidade, duas considerações fundamentais nao devem ser esquecidas: a economia assim como a organizaçao da sociedade é obra dos homens e de sua vontade, e a evoluçao de modelos econômicos adotados na realidade prática pode apresentar aspectos novos que fogem ao controle da teoria e modelos originários. Considerando a conceituaçao, ainda que imprecisa de ética, como a ciência de uma forma especifica do comportamento humano e estabelecida a consideraçao fundamental acima de que a sociedade é obra humana, desenvolve-se aqui a relaçao entre ética e economia no processo de organizaçao econômica da sociedade e seus modelos interpretativos.
A obra de Adam Smith 'Um estudo sobre a natureza e as causas das riquezas das Nações' simplificado para 'A Riqueza das Nações', publicada em 1776, tinha como propósito essencial entender como a economia funcionava e porque certos países eram mais ricos que outros. Embora conhecido nos dias de hoje, como o grande teórico do livre mercado, na verdade a preocupaçao com a sociedade e a ética econôrnica também estao presentes em sua obra. Para ele a busca esclarecida de uma economia bem sucedida devia ser feita dentro de uma sociedade considerando que as satisfações particulares é força motriz da economia no contexto de uma visao onde o indivíduo compartilha com aquilo que constitui um comportamento razoável dentro de uma ética estabelecida pelo 'soberano'. 'Conseqüentemente, uma vez eliminados inteiramente todos os sistemas, sejam eles preferenciais ou de restrições, impõe-se por si mesmo o sistema óbvio e simples da liberdade natural. Deixa-se a cada qual, enquanto nao violar as leis da justiça, perfeita liberdade de ir em busca de seu próprio interesse, a seu próprio modo, e faça corn que tanto seu trabalho como seu capital concorram corn os de qualquer outra pessoa ou categoria de pessoas'
A preocupaçao de Adam Smith corn a ética e a moral é ainda mais clara quando se tem conhecimento de sua obra anterior 'The Theory of Moral Sentiments', cujo tema central sao as propensões humanas que inclinam os homens para os sentimentos sociais tais como, a amizade e o desejo de obter aprovaçao dos outros assim como ser dígno de tal aprovaçao.
Entretanto a obra de Adam Smith teve um papel fundamental no pensamento econômico atual que levou à crença de que o livre mercado possui uma 'mao invisível' que age independente da vontade ou da imposiçao de algum tipo de ética humana: 'Ora, a renda anual de cada sociedade é sempre exatamente igual ao valor de troca da produçao total anual de sua atividade, ou, mais precisamente, equivale ao citado valor de troca. Portanto, já que cada indivíduo procura, na medida do possível, empregar seu capital em fomentar a atividade nacional e dirigir de tal maneira essa atividade que seu produto tenha o máximo valor possível, cada indivíduo necessariamente se esforça por aumentar ao máximo possível a renda anual da sociedade. Geralmente, na realidade, ele nao tenciona promover o interesse público nem sabe até que ponto o está promovendo. Ao preferir fomentar a atividade do país e nao de outros países, ele tem em vista apenas sua própria segurança; e orientando sua atividade de tal maneira que sua produçao possa ser de maior valor, visa apenas a seu próprio ganho e, neste, como em muitos outros casos, é levado como que por mao invisível a promover um objetivo que nao fazia parte de suas intenções" .
É importante, entretanto notar o fato que boa parte da literatura crítica sublinnha este evento que é a criaçao da 'mao invisível' do mercado concorrencial, onde os valores das mercadorias passam a ter seu preço estabelecido sem nenhuma necessidade de intervençao externa. Para esta literatura, o referido evento possibilitou a separaçao da economia política de outras disciplinas com as quais ela estava fundida e com as quais continuava a ter uma relaçao privilegiada: a ética e a política.
Embora Ricardo nao desse nenhuma importancia a questões da ética, ou melhor, segundo uma nova ética utilitarista nascente, ele compreendia a importancia de questões políticas segundo uma ética econômica. Adam Smith nao havia compreendido o fato de que a expansao econômica fatalmente transcenderia as fronteiras das nações. Ricardo explicava o comércio internacional com uma teoria chamada 'Teoria das vantagens comparativas' que ainda hoje é base para análise do comércio entre as nações. Essa teoria diz que todas as nações podem se beneficiar do comércio. 0 país mais eficiente concentraria seus recursos na produçao daqueles bens em que a diferenga entre sua eficiência e das nações concorrentes fosse maior, Assim, restaria aos países menos eficientes produzirem aqueles bens em que a diferença fosse menor. Desta forma, a mao invisível concentraria mais recursos naquelas mercadorias que pudessem ser produzidas corn maior eficiência: 'Num sistema comercial perfeitamente livre, cada país naturalmente dedica seu capital e seu trabalho à atividade que lhe seja mais benéfica. Essa busca de vantagem individual está admiravelmente associada ao bem universal do conjunto dos países. Estimulando a dedicaçao ao trabalho, recompensando a engenhosidade e propiciando o uso mais eficaz das potencialidades proporcionadas pela natureza, distribui-se o trabalho de modo mais eficiente e mais econômico, enquanto, pelo aumento geral do volume de produtos difunde-se o beneficio de modo geral e une-se a sociedade universal de todas as nações do mundo civilizado por laços comuns de interesse e de intercambio. Este é o princípio que determina que o vinho seja produzido na França e em Portugal, que o trigo seja cultivado na América e na Polônia, e que as ferramentas e outros bens sejam manufaturados na Inglaterra' . [ Entretanto, Ricardo teve cuidado de observar que um pressuposto fundamental de sua teoria, era que estes capitais disponíveis para a indústria nao circulassem livremente de um país para outro: ] 'A diferença entre um país e os demais, nesse aspecto, pode ser facilniente explicada pela dificuldade com que o capital se transfere de um país para outro em busca de aplicaçao mais lucrativa e pela facilidade com que invariavelmente se muda de uma para outra regiao no mesmo país"
Karl Marx, assistiu na Inglaterra ao desenvolvimento espetacular da Revoluçao Industrial e seu impulso na vida econômica da sociedade. A partir de Adam Smith e Ricardo, ele formula uma teoria econômica mais complexa, fazendo uma avaliaçao mais profunda da mudança qualitativa no sistema economico. Ele concluiu que a concentraçao do investimento nas fábricas e o espetacular progresso tecnológico distinguia o capitalismo industrial das etapas anteriores e isso garantia o seu desenvolvimento a longo prazo. Porém, sua dúvida era a capacidade do capitalismo de manter este desenvolvimento a longo prazo.
'Essa revoluçao industrial que se processa naturalmente, é acelerada de modo artificial pela extensao das leis fabris a todos os ramos industriais em que trabalhem mulheres, jovens, e crianças. A regulamentaao obrigatória da jornada de trabalho, estabelecendo duraçao, pausas, início e término, o sistema de turnos para crianças, a exclusao de todas as crianças abaixo de certa idade, etc., torna necessária, por um lado, mais maquinaria e a substituiçao de músculos por vapor como força motriz. Por um lado, para ganhar em espaço o que é perdido em tempo, ocorre a ampliaçao dos meios de produçao utilizados em comum, o forno, as construções, etc., portanto, em uma palavra, maior concentraçao dos meios de produçao e maior aglomeraçao correspondente de trabalhadores. () toda a manufatura quando ameaçada pela lei fabril, é com efeito a necessidade de maior investimento de capital para levar avante a empresa cm sua dimensao antiga.
No que tange as formas intermediárias entre manufatura e trabalho domiciliar, assim como ao próprio trabalho domiciliar, sua base desmorona com a limitaçao da jornada de trabalho e do trabalho infantil. Exploraçao ilimitada das forças de trabalho baratas constitui o único fundamento de sua capacidade de concorrência'
Formulou ainda uma teoria de análise dos cíclos econômicos segundo a qual a economia capitalista atravessa períodos de expansao seguida de períodos de recessao. Porém, no século XIX, quando Marx formulou esta teoria, estas flutuações eram um fenômeno completamente desconhecido. Além desta teoria Marx completou a teoria do valor-trabalho cm sua obra 'Salário, Preço e Lucro' demonstrando de que forma era composto o valor de uma mercadoria e de que forma parte do salário do trabalhador estava no lucro das empresas. Esta parte nao paga ao trabalhador, mas incorporada no preço da mercadoria, ele chamou de mais-valia.
'Se, por exemplo, nosso fiandeiro, com o seu trabalho diário de 6 horas, acrescenta ao algodao um valor de 3 xelins, valor que constitui um equivalente exato de seu salário, com 12 horas acrescentará ao algodao um valor de 6 xelins e produzirá a correspodente quantidade adicional de fio. E, como vendeu sua força de trabalho ao capitalista, todo o valor, ou todo o produto, por ele criado pertence ao capitalista, que é dono de sua força de trabalho, por tempore. Por conseguinte, desembolsando 3 xelins, o capitalista realizará o valor de 6, pois com o desembolso de um valor no qual se cristalizam 6 horas de trabalho receberá cm troca um valor no qual estao cristalizadas 12 horas. Se repete, diariamente, esta operaçao, o capitalista desembolsará 3 xelins por dia e embolsará 6, cuja metade tornará a inverter no pagamento de novos salários, enquanto a outra metade formara a mais-valia, pela qual o capitalista nao paga equivalente algum. Esse tipo de intercambio entre o capital e o trabalho é o que serve de base à produçao capitalista, ou ao sistema do assalariado, e tem que conduzir, sem cessar, à constante reproduçao do operário como operário e do capitalista como capitalista'
É difícil e até complexo elaborar no pensamento marxista uma única formulaçao que pudesse definir uma ética do ponto de vista deste pensamento. Em seu pensamento sobre a moral visto em oposiçao ao pensamento capitalista, no 'Manifesto Comunista', Marx referindo-se à classe dominante, diz que como esta pensa no trabalhador também como mercadoria imagina que também os homens e mulheres estariam sendo colocados em comum para troca no mercado, na verdade para ele somente os bens de consumo e a apropriaçao do trabalho estavam sendo reivindicados para serem colocados em comum. Em debate com Proudhon acerca da ética, Marx ironiza o pensamento deste, dizendo que a propriedade privada nao era um roubo no sentido moral que Proudhon estabelecia, mas sim uma foma histórica necessária em determinado momento da evoluçao da sociedade. Este tipo de argumentaçao deixava claro a aversao de Marx por este tema. Nao se pode negar, no entanto, uma postura ética em defesa do trabalhador e do seu salário, que deveria ser o equivalente ao que efetivamente produziu. Após esclarecer a maneira que se determina o valor que é pago à força de trabalho pelo possuidor de dinheiro, Marx mostra como na realidade se desenvolve esta relaçao: 'O antigo possuidor de dinheiro marcha adiante como capitalista, segue-o o possuidor de força de trabalho como seu trabalhador; um, cheio de importancia, sorriso satisfeito e ávido por negócios; o outro, tímido, contrafeito, como alguém que levou a sua própria pele para o mercado e agora nao tem mais nada a esperar, exceto o - curtume" . Entretanto a teoria marxista levada a prática nos antigos países do bloco soviético criaram uma ética, própria de suas contradições internas, onde a produçao de mercadoria e o avanço das forças produtivas assumiram o papel dramático e sobrepuserarn as necessidades humanas, podendo chamar esta ética, da ética da Produçao ou a ética do Estado, uma vez que o estado realizava planos para aumentar a produçao destes países e esperava-se que esta produçao cada vez maior pudesse satisfazer o conjunto das necessidades humanas.
A economia capitalista com profundas preocupações sociais encontrou em John Stuart Mil um de seus ú1timos teóricos, que em 1848 declarava: "() a economia política está insuperavelmente ligada a muitos outros ramos da filosofia social" . Entretanto, movida pelos poderosos interesses industriais emergentes, surge a partir de 1840, uma 'economia política pura' em sua forma acadêmica e filosófica com o trabalho de Pareto: 'Manual de Economia Política' ou em sua forma utilitarista através dos trabalhos de William Stanley Jevons, Carl Menger e León Walras. Eles formularam uma versao da teoria econômica do valor utilidade que permanece como os fundamentos da teoria econômica ortodoxa até hoje.
Do ponto de vista da dinamica capitalista, estas análises baseavam-se numa forma de capitalismo já consolidada e de dimensões gigantescas, com relações sociais assumindo cada vez mais formas hierárquicas e burocráticas. As sociedades anônimas, sao bom exemplo disto, toda a piramide deste tipo de empresa era controlada por um grupo de donos ou administradores. Todas as decisões sobre a economia e a produçao destas empresas sao tomadas de modo racional e calculado. Sistemas complexos de contabilidade, controle de qualidade e administrações cada vez mais burocráticas e científicas eram os métodos deste capitalismo moderno. Neste contexto pode se imaginar uma ética utilitarista bem 'natural' que combinava o individualismo competitivo com o hedonismo moral decorrente da necessidade de maximizar os lucros e acumular capital cada vez mais em escala maior. 0 rompimento que ocorria corn Smith e Ricardo era com as perspectiva da teoria do valor-trabalho que levava a conclusões bem distantes, Say tinha dissociado a perspectiva individualista, utilitária, desta visao 'perigosa' da teoria do trabalho.
'O valor que os homens atribuem às coisas tem seu primeiro fundamento no uso que delas podem fazer. Umas servem como alimento, outras como vestuário; algumas nos defendem dos rigores do clima, como as casas; outras, como os ornamentos, os produtos de beleza, satisfazem gostos que sao uma espécie de necessidade.
Seja como for, permanece sempre verdadeiro que os homens atribuem valor às coisas em virtude de seu uso: o que nao serve para nada nao tem preço nenhum. A essa faculdade que possuem certas coisas de poderem satisfazer as diferentes necessidades humanas, permitam-me chama-la de utilidade" .
Entretanto, o utilitarista Carl Menger nao ignorou o valor de troca de uma mercadoria, tal como Marx havia formulado: as mercadorias tem valor de uso e valor de troca
Explica Carl Menger: 'Na economia isolada os bens econômicos que dispõe os indivíduos ou tem (para eles) valor de uso ou nao tem valor algum. Tambéin em estágios culturais de maior desenvolvimento, observam-se casos freqüentes que os bens econômicos nao tem valor de troca para os indivíduos que deles dispõe, embora o valor de uso, para estas pessoas, seja absolutamente incontestável' . Em Princípios de Economia Política, Menger demonstrou que o resultado de toda a atividade econômica resulta das ações individuais através do consumo, e é desta forma que deve ser analisado a teoria econômica, do fim da cadeia que é o consumo para o início que é sua produçao. Para ele as trocas ocorrem porque os indivíduos tem maneiras próprias e diferentes de avaliar uma mesma mercadoria. É importante notar aqui a ruptura com o conceito de que a mercadoria tem associada a ela uma quantidade de trabalho socialmente necessária, que haviam formulado Smith e Ricardo. Esse valor da mercadoria segundo seu consumo, submetido às leis de mercado é o ponto central do valor-utilidade.
Esta subjetividade, que nega o trabalho como fonte de valor está desenvolvida em 'A Teoria da Economia Política' de William S. Jevons. Para ele, o trabalho gasto na produçao de uma mercadoria nao exerce qualquer influência sobre o preço. 0 trabalho apenas afeta o valor indiretamente, pois este valor é definido pelo grau final de utilidade da mercadoria, por meio da seguinte relaçao 'O custo da produçao determina o suprimento; o suprimento determina o grau final de utilidade; o grau final de utilidade determina o valor' . Esta teoria, junto a filosofia hedonista que define utilidade marginal como capacidade que que um objeto tem de provocar o prazer ou de impedir a dor, é o que está sendo chamado aqui de Ética Utilitarista.
Esta Ética Utilitarista, como será desenvolvida mais na frente, é parte da ética fetichista do capitalismo que é sua ética mais global, porque vê a felicidade dos indivíduos relacionadas à sua relaçao com os objetos, e é ela que permeia as relações humanas. Nesta inversao onde as mercadorias produzidas pelos seres humanos sao mais importantes que os próprios produtores, faz parte daquilo que
Marx chamou de fetiche da mercadoria. Para compreender como esta ética fetichista emergiu é importante compreender uma categoria opológicafundamental: é necessário ter um conjunto de bens para satisfaçao das carências e esta categoria é considerada condiçao essencial da humanidade no capitalismo.
Entao liberdade agora é liberdade do "ter'. Ela se identifica corn o interesse próprio e se realiza através da mao invisível do livre mercado. Assim, para a vida comunitária nesse sistema a troca entre proprietários de mercadorias ou do capital emerge como 'mecanismo de socializaçao comunitária'.A característica fundamental da economia capitalista é a produçao isolada, privada e autônoma de produtos destinados à troca. No capitalismo ao invés de ligações diretas entre as pessoas que trabalham, temos relações indiretas através de coisas que intermediam a sociabilidade. Esta forma de sociabilidade intermediada pela troca de mercadorias e ou de capital é chamada de Ética Fetichista.
0 desenvolvimento da economia nesta época tinha como pano de fundo as grandes realizações das ciências exatas. Por isto era natural que os teóricos de economia procurassem imitar seus métodos. Foi assim que León Walras inicialmente formado em física, introduziu quase simultaneamente a Jevons princípios de análises baseados em sistemas matemáticos que continuam até hoje sendo base de muitas teorias econômicas. 0 sistema de Walras era mais completo, e a expressao 'equilíbrio geral walrasiano' aparece como modelo básico da teoria econômica ensinada em muitas escolas no mundo inteiro. A questao fundamental colocada pelo modelo econômico de Walras era determinar qual quantidade de recursos poderia ser distribuida de modo mais eficiente entre consumidores e empresas. Este assunto, embora estivesse presente também nos economistas clássicos, passou neste momento a tomar o lugar central nas causas e conseqüências de mudanças econômicas da sociedade.
Walras entretanto ainda partilhava da perspectiva social e do bem estar humano presentes no trabalho dos economistas clássicos, foi a matemática que utilizava provavelmente que o desviou destes objetivos.
A revoluçao marginalista como também é conhecido os trabalhos de Walras, Menger e Jevons, introduziu o uso sistemático da matemática na economia. Jevon e Walras e seus sucessores, formalizaram uma parte da obra de Adam Smith, e procuraram dar ao sistema de livre mercado uma teoria consistente segundo a qual este levaria a uma distribuiçao de uma determinada série de recursos entre empresas e indivíduos. 0 nome marginal usado inicialmente nesta teoria significava a característica do comportamento de pessoas e empresas, segundo esta abordagem. Corn o passar dos anos, esta teoria passou a ser conhecida como equilíbrio geral walrasiano' ou 'o equilibrio geral competitivo'. 0 sucesso inicial da economia marginalista deve-se a dois fatores essenciais da época: a credibihdade do conceito científico destes métodos e a introduçao de conceitos que justificavam o consumo e o livre mercado através da psicologia humana.
Embora nesta altura a economia e a política sejam esferas de estudo distintas da ética, a necessidade de racionalizaçao e organizaçao da sociedade é ponto constitutivo da vida social, e assim, está de forma às vezes implicito e às vezes obscura, presentes nos modelos econômicos que vieram para justificar a economia do livre mercado.
No século XX, John Maynard Keynes foi o estudioso mais importante a trabalhar na perspectiva dos economistas clássicos. Tinha em comum com eles a análise das grandes questões do seu tempo e a maior entre todas as preocupações no período entre guerras era o desemprego. Foi o desemprego fundamentalmente que levou homens, em desespero, a voltarem-se para Hitler e para o fascismo. Keynes se preocupava nao em compreender apenas intelectualmente o desemprego, mas também apresentar sugestões políticas que resolvessem o problema, afinal o nazi-fascismo colocava em xeque a sociedade como um todo. Travou uma luta implacável com a teoria econômica ortodoxa, que ensinava que mesmo com taxas e desemprego superiores a vinte por cento os governos nao deviam intervir na economia, afinal, estariam interferindo na mao invisível do livre mercado. Enquanto a economia ortodoxa defendia que o aumento de salários levava à inflaçao, Keynes ao contrário provou que o aumento de salários contribui para o pleno emprego e o aumento da demanda. Assim a operaçao de uma economia monetária nao podia mais ser compreendida a partir dos modelos analíticos estabelecidos, cabendo ao estado o papel de interferir no mercado. Este estado deveria incrementar investimentos públicos, estimular o consumo através da distribuiçao da renda e encorajar a importaçao.
Keynes antes de contestar a teoria neoclássica, teve o cuidado de afirmar sua concordancia com a teoria da distribuiçao segundo a qual os trabalhadores recebiam o valor de seu produto marginal:
'Ao enfatizar os aspectos que nos separam da doutrina clássica, nao devemos esquecer uma concordancia importante. Manteremos, pois, o primeiro postulado como até aqui, apenas sujeito ds mesmas restrições da teoria clássica, e convém fazer uma pausa, por um instante, a fim de examinar-lhe as conseqüências. Significa esse postulado que, em certo estado de organizaçao equipamento e técnica, os salários reais e o volume de produçao (e, portanto, do emprego) sao correlacionados de uma única forma, de tal modo que, em termos gerais, um aumento do emprego só pode ocorrer simultaneamente com um decréscimo da taxa de salários reais. Corn isso, nao estou contestando este fato fundamental que os economistas clássicos (corretamente) declararam inatacável. Em certo estado de organizaçao, equipamento e técnica, em cada nível de salário real ganho por uma unidade de trabalho há uma única correlaçao (inversa) com o volume de emprego. Portanto, se o emprego aumenta, isso quer dizer que em períodos curtos a remuneraçao por unidade de trabalho, expressa em bens de consumo dos assalariados, deve em geral, diminuir e os lucros devem aumentar"
A idéia que a sociedade é composta por indivíduos que agem seguindo os impulsos do cálculo racional de seus interesses é base essencial das teorias econômicas modernas. Na verdade para muitos economistas e govemantes modernos, isso que chamam de sociedade é algo que nao existe, só existem os indivíduos que a constituem e seus interesses. Para os pensadores clássicos como Adam Smith, agora exaltado como o descobridor da mao invisível, a restriçao do comportamento individual pela moralidade pública era inata. Quando os eventos da industrializaçao ou de algum progresso tecnológico conspiravam para arruinar este quadro de referências, o estado tinha o dever muito claro de reconstruí-lo e fortalecê-lo. Assim, esta ética da interferência do estado como moderador dos conflitos sociais, atribuida a Keynes, na verdade tem sua origem em Adam Smith. Pode se chamar esta variaçao da ética fetichista, de ética estatal, ou ética da moderaçao do estado.
Este estado através de uma série de medidas monetárias e fiscais, ao mesmo tempo, implementava políticas de pleno emprego e políticas sociais destinadas a minimizar as perdas que o próprio sistema trazia aos trabalhadores. Porém a contradiçao é que isto significava reconhecer que o capitalismo é fundamentalmente um sistema marcado por crises e desequilíbrios.
A economia capitalista enfrentou neste século a grande crise dos anos 29-30 e a partir dela deu ao estado papéis novos, que deixou de ser apenas a garantia daquele mínimo social necessário (e mero observador da dinamica econômica) para ser um regulador do funcionamento do mercado.
Se nos períodos de expansao iguais ao que ocorreram no pós-guerra foi possível nas maiorias das nações ricas conciliar uma aceleraçao com uma mudança substancial nas condições de vida da classe trabalhadora destes países (isto nem sempre aconteceu nas nações do chamado terceiro mundo), os anos 70 significaram o esgotamento desta forma de organizaçao capitalista. Neste contexto é que o neoliberalismo surge como teoria econômica capaz de responder a esta nova crise.
Na verdade toda esta discussao atual sobre a interferência do estado na economia nao tem qualquer sustentaçao teórica, assim como a teoria neoliberal de que existe sempre uma soluçao única e ótima para o problema econômico, que é o livre mercado que possui uma tendência imanente ao equilíbrio. Esta tese chamada de equilíbrio geral, tem como pressuposto teórico, a justificativa do mercado com sua funçao epistêmica, ou seja, ele possibilita uma coordenaçao que, de outro modo pressuporia um conhecimento inatingível pelo homem. Neste sentido o equilíbrio, por sua vez, só pode realizar-se na medida em que todos os participantes do mercado possuam um conhecimento perfeito de todos os acontecimentos que ocorrem em cada momento e uma capacidade ilimitada de adaptaçao dos fatores a situações de mudança. Resumindo, numa palavra, o equilíbrio de mercado só é possível quando nao há mercado, pois o mercado é justamente a resposta possível a esta falta de conhecimento perfeito pela humanidade. Um segundo ponto que poderia ser apontado, é que se seria possível alguma aproximaçao deste equilíbrio. A pergunta que se faz entao é: quais as condições gerais do mercado que permitiriam tal aproximaçao? Para a teoria neoliberal sao precisamente duas: a propriedade privada e a liberdade de contrato. Entretanto, a teoria neoliberal nao oferece qualquer demonstraçao desta tese. Manfredo Araújo de Oliveira, em Ética e Economia, a este respeito diz: 'Desta afirmaçao nao demonstrada se segue todo o marco teórico do neoliberalismo, ou seja, a afirmaçao irrestrita do mercado como 'único e exclusivo' mecanismo de coordenaçao das atividades econômicas de uma sociedade moderna, cuja racionalidade se radica precisamente em sua tendência fundamental ao equilíbrio'.
Na concepçao do pensamento neoliberal, o mercado é um mecanismo essencial para o enfrentamento do problema econômico nas sociedades complexas da modernidade, assim, a responsabilidade da crise econômica atual é a intervençao do estado no mercado. A resposta entao a esta crise é a liberaçao do estado em todas as dimensões da vida humana. 0 mercado é o melhor mecanismo para a alocaçao de recursos onde eles se fazem necessários, sendo assim, a razao da vida humana, nao uma razao individual mas coletiva, que se impõe além da consciência,
como mecanismo coletivo de produçao de decisões, como processo social que se impõe às ações individuais. Assim, pode-se dizer que esta tendência econômica atual possui uma ética com duas faces: uma que consiste na humildade da aceitaçao deste mecanismo inconsciente e coletivo da vida e outra que significa a renúncia a uma açao consciente para a submissao ao mecanismo do mercado. Assim, esta ética recupera de certa forma o conceito de sociedade de Adam Smith ao mesmo tempo que a submete ao mercado total. Esta ética pode ser chamada de ética da globalizaçao.
Mas o que significa para o neoliberalismo o mercado 'perfeito?' Como o mercado é o mecanismo regulador do processo produtivo, o concerto de mercado perfeito exprime o desempenho supremo deste funcionamento.
Manfredo Araújo de Oliveira explica: 'O conjunto de indicadores deste desempenho máximo é designado com a categoria de 'equilíbrio' tomada da teoria de Walras e Pareto: no mercado, temos sempre que considerar, por um lado, os fatores de produçao e, por outro, os consumidores e os produtos. Há equilibrio quando todos os consumidores podem gastar seus rendimentos segundo suas preferências, quando as empresas vendem todos os seus produtos ou serviços, recuperando pelo menos os custos e quando todos os fatores oferecidos no mercado sao usados na produçao destes produtos'14
Esta é a base da teoria do 'mercado total' ou da globalizaçao. Esta forma de enfrentar a problemática econômica atual chamada de neoliberalismo, combina elementos da teoria liberal clássica corn elementos da teoria neoclássica. Ela parte da idéia que o homem é um ser com necessidades e desejos a serem satisfeitos e necessitam de recursos. Parte de sua contradiçao é que nem mesmo as necessidades e desejos do homem podem ser satisfeitos, entretanto a contradiçao essencial é a formulaçao do homem segundo uma ética hedonista e fetichista. Porisso, a discussao em torno da ética partindo da premissa de que é fundamental compreender o homem como um ser social total com múltiplas faces e que busca nao apenas a satisfaçao de seus desejos individuais mas também os seus desejos coletivos, mais ainda, que o homem em ambiente favorável busca essencialmente a sua aprovaçao social que o ]eve a uma harmonia mais profunda com os outros homens, é parte de uma ética do 'dever-ser' que é proposta no contida no desenvolvimento deste trabalho.
MENGER C., "Princípios de Economia Política", p.145.
JEVONS W. S., "A Teoria da Economia Política", p.106.
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